quinta-feira, 8 de abril de 2021

Nota de Repudio





“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons” 
                                                                                       (Martin Luther King  )





E invocando o grande Martin Luther King que inicio esta nota!

De certo que numa crescente de uns tempos para cá, as hordas dos que pelejam contra as artes e a cultura tem ganhado corpo e espaço no mundo. 

Esta casa que tem como Patrono e Patronesse Euclides da Cunha e Carolina Maria de Jesus e abriga em seus quadros, tanto Acadêmico, quanto em seus quadros de Honra, grandes nomes e já agraciou por Mérito Ilustres brasileiros das Artes, Literatura, do meio Jurídico, Politico, Educacional e Militar, 
que sempre pautaram sua vida pública, artística, cultural e educacional em defesa da Literatura, das Artes, Cultura, Direitos Humanos.
A ALBS
nunca deixou se influenciar por ventos, correntes ou ideologias, pois tem bem definidos os pilares que a mantém, mesmo abrigando em seus seio pensadores das mais diversas correntes politicas e filosóficas.
Seus membros sabem que a ALBS-Academia de Letras do Brasil-Suíça tem finalidades especificas e definidas, sendo uma delas "Ser o bastião permanente dos escritores, buscando defender seus interesses e ideais, voltados em prol da nossa língua, nossa gente, nossa cultura, nossas artes e a paz...".

Sendo assim, diante do exposto, vem a público repudiar veementemente a proposta apresentada pela Receita Federal do Brasil veiculada por diversos meios de comunicação do país, com o título "Receita defende taxação de livros sob argumento de que pobres não leem (Correio Brasiliense)".


                                              

Proposta esta que, além de um palpite infeliz, é preconceituosa e busca tirar direito fundamental garantido na nossa Carta Magna que é o Direito à Cultura e às Artes.
Tal proposta não fere só direitos constitucionais, mas a Honra e a Dignidade de todos os Brasileiros.
Se tal proposta fosse feita num País que busca dar à sua população Educação e Dignidade, tal proponente estaria agora respondendo por tal feito.
Em países como Suíça onde está a nossa sede e outros da Europa, acesso à Cultura e às Artes é subvencionado pelo governo aos que têm baixa renda, como forma de proporcionar a todos este direito fundamental.
Quem pensou em tamanha sandice, não tem a noção de que pobres produzem Arte e Literatura de qualidade. 
Além de consumir o que produz, mesmo com a pífia subvenção alegada, alimenta a cadeia da cultura e da literatura.
O que seriam das pequenas gráficas, editoras e livrarias, no Brasil, se não fossem as demandas oriundas das produções independentes de livros? 
Não!
Não é fala de quem não sabe o que diz e sim de quem possui dados e visita, periodicamente, as periferias das grandes cidades, visita os grupos e entidades que nestas comunidades, distantes dos olhos dos senhores da "Receita", produzem, incentivam e financiam Grupos de Teatro, Saraus, publicação de Antologias, Concertos, Peças, e alimentam a economia local, que vai do pipoqueiro ao dono do Supermercado.
Portanto, é disto que estamos falando!
Não às indignidades, seja elas propostas ou proferidas por quem quer que seja, independente de governo, partidos políticos ou ideologias.
Acesso à Cultura e subvenções para consumi-la é antes de tudo um Direito Humano!
Quem propôs esta indecência, deveria era ter proposto que mais recursos e subvenções fossem aplicados para promoção de políticas públicas de qualidade na area da Literatura, atendendo a uma demanda crescente de uma juventude periférica, que lê e consome literatura acadêmica, além de suas próprias produções.
A nota que subscrevo em nome desta Casa não trata de buscar acirrar ânimos ou atacar este ou aquele governo ou governante.

É UM DEVER MORAL DE CADA UM DE NÓS!
Acadêmicos, Acadêmicas, Escritores, Pensadores, toda sociedade!

Ser pobre não é vergonhoso e sim uma condição social.
Condição esta que deve ser prioridade de qualquer governo, minimizar seus impactos e erradicar de seus índices.
Vergonhoso é ver figuras que fazem parte da elite do poder público e seus altos salários proporem  retirar direitos de barriga cheia.
Quem sabe se cortando a gordura dos altos salários da República ou taxando grande fortunas, a exemplo de alguns países, haja dinheiro para subvencionar, Cultura, Arte, e ter Educação e Saúde Pública de qualidade? 

Esta Casa diz em alto e bom som: Não ao aumento de impostos sobre Livros e  sobre qualquer bem Cultural e Artístico!



Bern 09 de Abril de 2021


Dr. Carlos Ventura \ Ph.I
Presidente da ALBS









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