quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Ativista e o Poeta. Um bate papo com o Presidente da Seccional/ALB-Suiça, Dr. Carlos Ventura, sobre a ALB/Suiça e muito mais.

A Ascom/ALB-Suiça, inaugurando o espaço: Fala Presidente! no Blog da ALB/Suiça.
Entrevistamos o Presidente da Seccional/ALB-Suíça Dr. Carlos Ventura, para falar sobre o Ativista o Artista e muitos outros assuntos.




Carlos Ventura

Ascom/ALB: Presidente o que acha da criaçao do espaço ( Fala Presidente ! ) dentro do Blog?

Carlos Ventura (CV): Olha, é algo bacana ter este canal direto para expor os projetos e propostas da ALB, como um todo. Sem contar que ter esta linha direta onde as pessoas possam dialogar conosco como representante da entidade é salutar para o pleno exercício de estar Presidente de uma Seccional. Pois é para isso que estamos aqui para ter o contato com as pessoas trocar energias e experiências e aprender com elas. O dirigente ou gestor que não esta aberto ao dialogo, não esta talhado para o cargo ou função que assume.
Parabéns a vocês que entenderam a nossa proposta de ter esta linha direta e estão colocando em pratica!

Ascom/ALB:
Presidente, senhor que tem em seu histórico como ativista cultural, passagens por diversas entidades artísticas, gestão publica de cultura e Sindicato, como é estar representando a ALB na Europa e presidir uma Seccional?

CV: Bem, as diretrizes e propostas são outras mas, na verdade os ideais sao os mesmos. Isso falando de entidades da sociedade civil (Associaçoes, ONGs, Ocips, Academias etc…) ligadas as artes e cultura. Pois na gestão publica a coisa é muito diferente e os obstáculos são outros, as chamadas forças ocultas, atuam a luz do dia. (Risos) Forças estas que de ocultas nada tem, tem nomes e cargos, partidos etc…


Ascom/ALB: O Senhor pode nos dizer um pouco o que é ser Ativista Cultural?

CV: Ser ativista artístico e cultural é muito mais que esta a frente de uma entidade, estar a frente de uma entidade é consequencia de todo um trabalho anteriormente executado. Ser ativista é um sacerdócio é algo que quando esta na veia não tem jeito ou como reverter. É lutar, sofrer, chorar e transformar seus ideais em realidade coletiva. Somos tomados por uma inexplicável força e quando menos percebemos ja fizemos coisas que nunca imaginaríamos fazer em prol do que acreditamos.

Ascom/ALB: Como é estar Presidente de uma Seccional da ALB na Europa?

CV: Presidir a Seccional/ALB-Suiça é mais um desafio em nossas vidas e que eu abracei e que nasceu da confiança depositada em nos pelo Presidente da ALB-Academia de Letras do Brasil, Prof. Dr. Mario Carabajal Lopes, logo apos a nossa eleição a uma cadeira na ALB. Depois de farias conversas com o Dr. Mario, sobre projetos e atividades da ALB ele me perguntou se eu aceitava que ele indicasse meu nome ao Conselho Superior para presidir a Seccional/Suiça e eu aceitei de pronto.
O Conselho apos analise e pesquisa sobre a nossa trajetória como ativista nos investiu no cargo de Presidente desta Seccional, e aqui estou na labuta.
Como eu ja havia falado são as ações que geram as consequencias e não o inverso.


Ascom/ALB: O senhor fala em sacerdócio e como conciliar este sacerdócio com carreira e vida particular?


CV: Olha não é fácil! Principalmente com a vida privada. Porque como artista e escritor as atividades de dirigir uma entidade artística/cultural sao correlatas, mesmo num concerto ou num lançamento de um livro, você tem ali a oportunidade de fazer reverberar sua atividade como dirigente de uma entidade.
Ja conciliar estas atividades com a vida privada é que é o grande problema.
Para você ter uma idéia recebo em minhas caixas de e-mail por dia uma media de 300/380 E-mails por dia. Que vem deste um leitor que quer te agradecer pela mensagem e energia passada através do que escrevemos, a emails de entidades que damos consultorias, ajudamos de alguma forma, Blogs e jornais que escrevemos colunas. Além de familiares e amigos. Quando você deixa de responder um ou demora é um sufoco! Então você pode imaginar como eu começo o dia!



Ascom/ALB: Como fica a carreira artistica em meio a tudo isso?

CV: Então, o trabalho musical e literario tem que esta inserido nisto tudo pois é de onde tiro o meu sustento vale lembrar que as atividades como representante da ALB ou qualquer outra entidade sem fins lucrativos nao é remunerada. Portanto tenho que nao : Montar repertório, ensaiar e realizar o concerto.
Buscar espaço para fazer apresentação do novo livro, viajar escrever o projeto para esta apresentação do livro. Depois escrever palestra, dar a palestra, Montar projetos para entidade que presidimos discutir com nossos membros estes projetos. montar ou ajudar com projetos outras entidades que buscam nosso apoio, participar das Redes Sociais, Blogs etc… Responder ao publico e isso eu faço todos os dias através de e-mail. Manter contatos com Amigos, familiares e leitores e publico pelos Chats e Skype etc…
Geralmente durmo 03/04 horas por noite e o que sobra para lazer, familia etc… é muito menos que eu queria e menor ainda do que deveria. Se isso nao é encarar como sacerdócio o que faço e muitos outros dirigentes sérios fazem , não sei que outro nome poderia dar.

Ascom/ALB: Tudo isso vale a pena?

CV: Olha, hoje depois de fazer parte a como dirigente ou como membro de entidades que tem como propósito usar as artes e a cultura como ferramenta de transformação social eu digo que faço tudo isso por acreditar e ter a certeza de que vale muito a pena. Trabalhar em prol não so do coletivo artístico mas, com a convicção de que esta luta tem como objetivo compartilhar com a sociedade os nossos dons e talentos. Que ao nosso olhar faz com que o amargo na boca diante de tantas coisas ruins que acontecem diariamente no mundo, seja substituído pelo sorriso de um jovem da periferia de uma grande cidade do Brasil. Que descobriu através da arte do Rap, que a sua arte é uma arma eficaz de transformação do ser e que ele é importante para a sua comunidade. É esta energia que me move e me faz crer que vale apena. Ver que uma jovem descobriu numa biblioteca comunitária de seu bairro, que a leitura transforma e que um livro transporta não so a nossa mente mas o nosso ser a mundos distantes e mundos interiores e nesta descoberta seu horizonte passa a ser maior que antes.
Portanto vale sim muito apena poder fazer parte disto!
Pois tenho a consciência de que nada que faço hoje é para mim pois na minha idade o que faço é para deixar um legado para meus filhos e netos e os filhos dos filhos, dos filhos deste mundo.

Ascom/ALB: Dirigir uma entidade ou promover de forma coletiva ou individual projetos, gera o reconhecimento mas, também geram conflitos ideológicos, egos magoados etc… Como o senhor lida com isso?

CV: Aprendi muito cedo com experiências que foram boas e outras não tão boas, que lidar com pessoas é algo difícil, com artistas então, é algo mais difícil ainda principalmente quando alguns não tem a percepção de que ele pode até encantar mas, nao é encantado. Nos somos unicos no infinito conjunto de ser o que é. E pequeninos diante da grandeza de sermos humanos plenos e conscientes.
Ainda estamos muito distantes disto! Mas, acredito que um dia chegaremos a este patamar.








Ascom/ALB: Como gerenciar os conflitos?

CV: Os conflitos ideológicos ou não, dentro de qualquer entidade ele ira haver sempre! Sao diversos universos em um mesmo espaço. O caminho para gerencia-los é o dialogo, sempre. Pois na verdade os ideais quando são verdadeiros sobrevivem e se transformam em realidade. Mesmo que na disputa existam varios lados com opiniões diferentes direcionados para o mesmo ideal, no final quem ganha com a disputa é o conjunto, não ha perdedores ou vencedores.

Ascom/ALB: A concorrência no meio é de fato um grande problema para quem dirige uma entidade?

CV: Olha, como dirigente de entidade ou como artista eu não tenho concorrentes, nao vejo as pessoas como tal. Quem tem concorrentes ao meu ver sao: fabricantes de carros, pasta de dentes etc.. Eu tenho parceiros, colegas, amigos.
Acredito que o grande obstáculo esta em nos mesmos se conseguimos superar nossos medos o resto é so estrada.

Ascom/ALB: O Presidente tem adversários ?

CV: Eu seria inconsequente ou muito inocente se afirmasse isso, é claro que desenvolver qualquer atividade onde se esta em evidencia e que tem projetos e dentro destes grana, gera não so conflitos mas, também cobiça e adversários, dentro e fora da entidade. Disto ninguém escapa. Tenho respeito por eles e os vejo como combustível para trabalhar mais e melhor.
Aprendi cedo a fazer política e não politicagem e fazer política é ter como campo e estratégia o dialogo e o debate. O debate para mim é o teatro onde as mascaras caem, onde o jogo passa a ter sabor e ganha fôlego. O debate franco é como jogar Xadrez, temos que estar atento sempre a próxima jogada.
Gosto disto quando ha o respeito e honra, quando não ha estes dois as coisas passam a ter um outro direcionamento e deixa de ser saudavel passando a ser nocivo, para quem disputa para as entidades e todos perdem. Destes debates ou disputas eu não participo, quero disputar e debater coisas grandes.

Ascom/ALB: E a inveja como trabalha isso, você acredita?

CV: A inveja sei que existe mas, não tenho tempo para te-la ou para os que a tem.
É uma energia que não alimento em mim e me entristece perceber que existem pessoas que alimentam isso e nem percebem e fazem muito mal a elas que na verdade ao ser invejado.


Ascom/ALB: Premio Personalidade 2011 (ARTPOP), Acadêmico da Sabedoria 2011, Honoris Causa (Clube Brasileiro de Língua Portuguesa) entre outros. Este é um ano que iniciou com premios e homenagens em Paris e no Brasil como é o sabor disto?

CV: O sabor do dever cumprido e de que receber o reconhecimento significa trabalhar mais. Pois ao contrario que muitos pensam ser premiado ou homenageado pelo meu trabalho artístico ou como ativista cultural ou representante de entidade, é ter a obrigação de avançar, melhorar o trabalho a cada novo projeto.
Mas, o melhor de tudo isso é saber que nada disto foi conseguido sozinho.
Porque cada premio ou homenagem vem carregado de boas energias dos que gostam do nosso trabalho e que torcem e vibram pelo sucesso das nossas ações.
Pessoas que abrem caminhos e portas e que fazem do nosso caminhar algo doce pelo simples fato de existir em nossas vidas. Amigos, Familiares, Publico, Leitores, Confrades, Confreiras, Colegas de profissão, estas pessoas sao as responsáveis por nosso sucesso e vitórias.

Ascom/ALB: O Presidente hoje faz parte como acadêmico correspondente da ACLA/MG-Academeia de Letras e Artes de Minas Gerais, ARTPOP-Academia de Artes de Cabo Frio, entre outras e agora é membro da FEBACLA- Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes. O que isso representa e como trabalhar em prol destas entidades?

CV: Primeiramente é uma Honra, fazer parte destas casas e poder aprender com nossos confrades e confreiras que la estão e com este aprendizado colaborar com os projetos e assim poder representa-los aqui na Europa.
Ser representante destas entidades aqui é poder internacionalizar através de projetos e divulgação o trabalho de seus membros que venham de encontro a transformaçao do ser pela arte e pela cultura. Pois para mim este é o principal propósito da criação artistica e literaria, Tocar o outro e transforma-lo sempre para o bem.


Ascom/ALB: Como andam os projetos da ALB/Suiça e quais as novidades para o segundo semestre?

CV: Os projetos estão em andamento alguns em fase de finalização como é o caso do projeto Internacional de Democratização e Acesso a Leitura, que agora entra no processo de catalogação dos espaços onde serão implantados. Mas, vamos ter uma grande surpresa neste projeto que vai ser um divisor de aguas. Não posso contar detalhes mais sera um grande salto e um grande braço para divulgação dos autores independentes na Europa.
Continuaremos com o projeto de valorização e reconhecimento dos que difundem, divulgam, patrocinam e apoiam a cultura e as artes brasileiras na Europa.
Estaremos fazendo parte de um projeto piloto que implementado pela ALB no Brasil: PROJETO ALB PILOTO INTERNACIONAL DE CONFERÊNCIAS ON LINE.
Estamos montando o projeto da primeira antologia internacional bi-lingue da ALB/Suiça. Sera lançada aqui e no Brasil.
Vamos iniciar a pesquisa e catalogação das bibliotecas comunitárias para ajudar em parceria com os autores e entidades na aquisição de livros para compor o acervo destas bibliotecas.
Outra novidade é o nosso novo Blog: http://albswiss.blogspot.com/ que tem uma linguagem mais simples e que as pessoas estão mais acostumadas a acessar e sera uma nova ferramenta de apoio ao blog que ja temos que continuara funcionando.
Bem, idéias e propostas não faltam mas, por hora tudo isso pode parecer pouco mais é um avanço significativo.

Ascom/ALB: Qual é a mensagem que você deixaria para os encerrar este bate papo super interessante?

CV:

“… Viver se torna nulo quando nao exercitarmos o servir ao próximo.
Mesmo que distante esteja o próximo ou que próximo nos seja distante.
Nao existe compaixão se não houver amor.
Compaixão sem amor é Marketing/Propaganda.
Portanto lembre-se que o próximo inevitavelmente um dia será você…”

(“A Fila Anda”, by Carlos Ventura)

Paz e Luz!


Visite o nosso novo espaço na Web e fique sabendo de tudo que rola sobre Cultura, Artes e Literatura: http://albswiss.blogspot.com/

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2 comentários:

  1. Em muito me impressionou essa entrevista onde vemos um artista que se sacrifica pela arte em prol bem comum.Um verdadeiro zelador das arte, um homem que vive exclusivamente dela é como se ainda fosse pouco recebeu agora a Presidência da Seccional de uma Instituição do patamar da ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS-SUÍÇA, onde com certeza irá gerir com sucesso, haja vista a sua trajetória de vida. E isso sem ganhar nenhum remuneração monetária, tudo pela arte, pela cultura e pelo desenvolvimento de seu povo. Penso agora nos nossos político que ganham horroes para sequer comparecer ao seu local de trabalho. Penso em como somos iludidas ao ponto de passaermos a margem de cidadoes honestos e comprometido com o seu trabalho como o DR. CARLOS VENTURA. Parabéns DR. BRASILEIRO CARLOS VENTURA, Barabéns!!!

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    1. Fico feliz e emocionado com este comentario mas, quero aqui resaltar que existem outros tantos Carlos Ventura, nas periferias das grandes cidades. Nas pequenas cidades em toda parte que fazem da nossa cultura e nossas artes ferramentas de transformaçao do ser.
      Sem estes e a energia de pessoas como você o nosso labor nao seria possivel é a eles que nos estendemos os vossos parabéns!

      Obrigado!
      Paz e luz.

      Carlos Ventura.

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