O Presidente da ALB/Suíça, fala sobre o movimento de academias no Brasil em "Reflexões"

Em entrevista a Ascom/ALB-Suiça o Presidente da Seccional/ALB-Suíça, faz uma reflexão sobre o movimento de academias no Brasil e sobre seu olhar e gerenciamento da sua seccional.
Vale apena conferir!

"...O fortalecimento do movimento de academias de letras, artes e cultura, depende de cada um de nós.

O dialogo com a sociedade se Faz Urgente.

Temos que desmistificar este olhar de que vivemos em uma redoma num ambiente de "notáveis" acima do bem e do mal. 

Devemos ser de fato um espaço de dialogo e um FÓRUM permanente de discussão sobre as artes a cultura, as letras e sobre o mundo que fazemos parte.

O modelo ainda existente de entidades acadêmicas que se fecham em seu próprio umbigo em meio aos fardões e medalhas além de excludente é um modelo que na sociedade atual não tem espaço, é um modelo falido.

Sociedade espera muito mais de uma entidade que tem na sua concepção a salvaguarda e difusão dos nossos bens artísticos e culturais.

A sociedade espera de nós formadores de opiniões que desçamos dos pedestais do imaginário para a realidade absoluta,

Do compartilhar, absorver ideias, projetos e estar abertos a sugestões, criticas.
Pois é com isso que uma entidade e seus membros crescem, evoluem, adquirem respeito e credibilidade..."

                                        

Manter ritos e cerimônias faz parte da história das entidades acadêmicas e devemos preservar.

Mas há uma grande diferença entre preservar tradições e se manter hermético.
Temos que buscar agregar valores humanísticos as nossas causas e propósitos, ter em nosso meio pessoas que se identifiquem com a luta e não com o status. Que busquem entender a importância de pertencer a uma entidade acadêmica e não o que vai ganhar fazendo parte dela.
Pois as vitórias e conquistas são consequência de um todo, do trabalho coletivo e do ser acadêmico.
Temos que lutar para o reconhecimento pleno dos Mestres dos Saberes, (Contadores (as), de Historias, Mestres das Artes Artesanais, da Capoeira, dos Folguedos e Festejos Regionais, dos que fazem da nossa culinária uma das mas deliciosas e diversificadas do mundo) Estes são legítimos  Doutores da nossa cultura e guardiões dela, pois a preservou oralmente até os dias atuais com toda a tecnologia existente. Temos que ter um olhar a tento para estas pessoas e seus saberes, para assegurar as gerações futuras acesso a este importante patrimônio material e imaterial que estas personalidades tem preservado a séculos.

Temos que dar o devido reconhecimento aos que com seu trabalho, apoio, difusão e ensino, fazem com que a pluralidade da nossa cultura seja entendida e vista nas mais variadas formas artísticas e literárias em todo o mundo.  

E isso deve ser feito todos os dias,  por entidades, governos e organismos. Pois o reconhecimento é o combustível para que se tenha continuidade e motivação para novas ações, novos projetos.

Estar Presidente ou dirigente de uma entidade é transitório, mas ser ativista sociocultural e buscar levar este olhar e experiências para dentro de circulo como o das academias é para quem tem coragem.
Há uma grande diferença entre ser e estar!
Precisamos desenvolver mais projetos que dialoguem com a sociedade e que projetem nossos acadêmicos e suas obras de fato. Fortalecer parcerias para isso e trabalhar em conjunto para que se contextualize de fato um bloco coeso, e possamos caminhar rumo a um novo momento.
Preparar nossos sucessores para este novo momento, praticar o desapego ao cargo a função e trabalhar sempre na perspectivas que eternas serão nossas ações voltadas para os que nos sucedem, para as futuras gerações.
Nós estamos aqui apenas de passagem..."

("Reflexões", by Carlos Ventura)


Dr. Carlos Ventura

Presidente da Seccional/ALB-Suíça 

President/ALB  for Europe.






Matéria: Ascom/ALB-Suiça