terça-feira, 15 de maio de 2012

O PRIMEIRO ROMANCE DE UMA PREMIADA CONTISTA BAIANA

Novo livro da escritora e diretora teatral Adelice Souza, será lançado no dia 25 de abril, em Salvador


Reconhecida nacionalmente como uma das escritoras mais prestigiadas de sua geração, a baiana Adelice Souza, 38 anos, lança no dia 25 de abril, às 18h, no Quadrilátero da Biblioteca Pública dos Barris, em Salvador, o seu primeiro romance: a obra O homem que sabia a hora de morrer (Editora Escrituras). Esta é a quarta publicação individual da autora, que assina os livros de contos As camas e os cães, de 2001 (Prêmio Copene de Literatura e Prêmio José Alejandro Cabassa/União Brasileira de Escritores – RJ); Caramujos zumbis, de 2003 (Prêmio Banco Capital, obra que, ainda este ano, será reeditada) e Para uma certa Nina, de 2009 (inaugurando o projeto Cartas Baianas). Adelice também se destacou como a única representante da Bahia na coletânea nacional de contos 30 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (2005), organizada pelo escritor e jornalista Luiz Ruffato.

Agraciado com a Bolsa de Criação Funarte (2008) e com o edital de Apoio à Edição de Livros de Autores Baianos da Fundação Pedro Calmon (2009), o romance O homem que sabia a hora de morrer vem acompanhado de um comentário entusiasmado do escritor mineiro Affonso Romano de Sant’Anna, que sublinha na orelha da obra: “Gosto desse jeito de contar as coisas que a Adelice tem. Parece que está narrando algo junto ao fogão de lenha numa fazenda do interior, mas ao mesmo tempo está tratando de algo perturbador e fascinante. Imaginem: ela fala de um personagem que, audaciosamente, sabia o dia de sua morte”. Outros nomes respeitados da literatura brasileira, como Nélida Piñon, Antonio Torres, Hélio Pólvora, Marina Colasanti, Carlos Emilio C. de Lima, Carlos Herculano Lopes, Luiz Rufatto, Luiz Vilela, Aleilton Fonseca e Antonio Carlos Secchin, também já elogiaram a escrita de Adelice Souza.

O novo livro conta a história de uma neta que tenta compreender e desvendar o mistério de um avô que sabe a hora exata em que vai morrer. Isso, para ela, é algo extremamente revelador – e encantador. Durante todo o tempo, a narração da autora busca se aproximar do espírito da jovem neta tão fascinada por esse homem velho dotado de uma sabedoria popular ancestral, o que acaba por caracterizar o conteúdo narrado como uma ode ao antigo, impregnado de simplicidade. “Quem já ouviu falar de uma história dessas nos dias de hoje e que era tão comum há 100 anos? Não é nenhuma coisa mágica, do outro mundo. É, sim, um sentimento de se perceber mais, porque está mais em contato consigo. Talvez seja isso que desperte na neta esse encantamento: entender o mistério desse avô, que nada mais é do que um homem que está em contato íntimo com a sua própria natureza”, enfatiza Adelice.



É um romance assumido em sua atmosfera impregnada de juventude. Durante quase dez anos, a autora ministrou aulas de teatro e dramaturgia para jovens no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, praticamente no mesmo período em que iniciou a escrita desta obra. Para eles, adaptou e dirigiu a Odisséia, de Homero, um dos principais poemas da Grécia Antiga. “Esse era o espírito jovem que estava em mim, na época. Não, este livro não é memorialista, é um brinquedo, como um jogo de cartas, onde todas as lembranças e invenções estão misturadas num mesmo caldeirão”, enfatiza a autora no posfácio da obra. A jovialidade do romance se reverteu em profunda alegria no momento em que Adelice pôs o ponto final: “Quando eu terminei de escrever, saí cantando pela casa. Liguei para os meus pais chorando de felicidade. Era um presente para eles”.

A história de O homem que sabia a hora de morrer beira o fabuloso. Ao mesmo tempo em que a neta narra fatos concretos, falando um pouco da vida do avô para que o leitor compreenda o universo em que vive o personagem, ela também fabula porque tem a mente fantasiosa própria de uma pessoa muito jovem. “Essa narrativa da menina encantada com o avô se mistura, no final, com a história de Odisseu e com as tradições baianas que apagam os limites entre a vida e a morte”, enfatiza Affonso Romano de Sant’Anna. A neta não deixa de ser o alterego de Adelice, que está sempre colocando muito de si nas coisas que escreve. Desta vez, ela mistura referências culturais e afetivas de sua cidade natal (Castro Alves, no interior da Bahia) a historias que ouviu do avô e do pai. E dimensiona: “Este livro é isso: uma forma de dançar, de brincar. Foi a coisa que me deu mais alegria de fazer em toda a minha vida”.

Adelice Souza também construiu uma carreira como diretora teatral e, atualmente, cursa Dramaturgia e Yoga no Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia. Em 2005, ela escreveu e dirigiu a peça Fogo possesso, levando ao palco o seu olhar para os personagens Salomé, Prometeu, João Batista e Deus. No repertório constam ainda a direção dos espetáculos A balsa dos mortos (1998), De alma lavada (1999), Na solidão dos campos de algodão (que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria melhor diretora, em 2003) e Jeremias, o profeta da chuva (2009), de sua autoria.



FICHA

Livro: O homem que sabia a hora de morrer

Autora: Adelice Souza

Editora: Escrituras

Preço: R$ 25,00 (128 páginas) Site da editora: www.escrituras.com.br E-mail da editora: imprensa@escrituras.com.br

 LANÇAMENTO

Dia: 25 de abril

Local: Quadrilátero da Biblioteca Pública dos Barris (Salvador/BA)

Horário: 18h

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